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26 de Abril de 2024

Bolsonaro, e o "coitado" do Moro

A Loucura e o Louco

Publicado por Thiago Roges
há 4 anos

Em um movimento um tanto esdrúxulo, Bolsonaro intimou hoje (23/04/2020) o seu Ministro da Justiça, homem forte do seu governo, o ministro mais lustroso, e bem mais cotado; Requerendo a saída do seu braço direito. Maurício Valeixo, esse é o braço forte do ex-juiz Sérgio Moro na direção nacional da Polícia Federal.

Logo no início do novo governo, o ainda juiz pediu “carta branca” para montar e administrar o seu ministério. Fato é que a cena política daquele momento era outra e revelava uma face muito mais branda do atual presidente da república.

Sérgio Moro acabava de vivenciar, talvez, o único momento de glória perante a nação brasileira. A operação lava-jato colocava-o na linha de frente contra a corrupção no Brasil, sua atuação na prisão de “corruptos” – aqueles que a população chamavam de intocáveis – o fez receber perante os mais radicais apoiadores, o título de herói nacional.

A uma semana atrás nós vivenciamos a troca de um outro ministro do governo, o da saúde. Luiz Henrique Mandetta, passou alguns dias de desencontros e articulações, entre anúncios da demissão e a “canetada” do presidente, enfim foi retirado do cargo; no mesmo dia da demissão e na mesma coletiva houve a troca de ministros.

O motivo? Descontentamento do Chefe de Estado, como ele mesmo disse: “Algumas pessoas no meu governo, algo subiu à cabeça deles. Estão se achando. Eram pessoas normais, mas de repente viraram estrelas. Falam pelos cotovelo (...)”. Logo, entende-se que o chefe da república brasiliense não gosta que pessoas do seu governo chamem mais atenção do que ele.


O que Bolsonaro disser está dito, essa é uma verdade que os apoiadores e os mais próximos do presidente se acostumaram a vivenciar. Podem até por um momento frearem seu impulso e o reterem, porém, com o tempo o mesmo vai voltar com a pauta e certamente realizar o que deseja. É o caso noticiado hoje pela imprensa, desde o ano passado o presidente intenta em mudar a direção nacional da PF, afim de defender interesses pessoais.

Bolsonaro acredita que o cargo de diretor-geral da Polícia Federal pertence diretamente a ele – o que não deixa de ser verdade – contudo, o Ministro da Justiça recebeu “carta branca” para montar seu ministério, onde colocou seu homem de confiança, Maurício Valeixo. Bolsonaro pode ser o presidente mas, na técnica o diretor-geral da PF, responde diretamente ao ministro Sérgio Moro. A mudança no cargo beneficiaria o presidente da república, pois, o mesmo teria no comando geral da pasta, um homem subordinado o qual ele mesmo indicasse, e que não respondesse ao seu ministro.

Em notícia apurada e publicada pela CNNBrasil, diz que Bolsonaro mandou uma mensagem via whatsapp ao atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. A intenção é estreitar os laços, conciliar e acalmar os ânimos, isso tendo em vista que o Procurador Geral da República, Augusto Aras, protocolou um pedido de abertura de inquérito a deputados aliados do presidente, que estão envolvidos nas manifestações de domingo (19/04/2020). Onde foi pedido o fechamento do STF e do Congresso Nacional, manifestações essas feita em frente ao QG do Exército, no qual Bolsonaro acenou e discursou a favor das pautas manifestadas.

Além do pedido da PGR, o colunista Vicente Nunes (Correio Braziliense), revela que alguns policiais da PF, já conectaram em investigação a ligação do “gabinete do ódio” com o caso anterior do compartilhamento de FakeNews a respeito do Superior Tribunal Federal, como também, o fato de haver clara conexão do filho 02 do presidente, Carlos Bolsonaro, com a disseminação das manifestações pró-ditadura do domingo (19).

A cúpula do presidente acreditou que com a troca do ex-ministro Mandetta, na última quinta-feira (16), supostamente bem sucedida, era um período propício para fazer mudanças também em outras pastas. Ideia que não se sustenta, pois, está claro que trocar um Ministro da Saúde em plena pandemia mundial, por mera vaidade, não é a solução plausível. O suposto bom recebimento do novo Ministro da Saúde, Nelson Teich, é o reflexo do sentimento de urgência e apreensão da população frente ao enfrentamento do novo corona vírus, pois, vale ter um ministro novo do que nenhum.

O ministro Sérgio Moro, “é a fonte de poder político” do novo governo. É o ministro que mais tem apoio da sociedade, e é – ainda que enfraquecido – a face popular que deu ao Bolsonaro mais credibilidade frente a corrupção. Um ataque e/ou queda desse ministro é um tiro no pé, e o enredo para o total enfraquecimento do governo frente a sociedade civil e empresarial.


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